segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cientistas querem chimpanzés entre hominídeos

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/01/060124_chimpanzehumanopesquisaebc.shtml
Os chimpanzés estão mais próximos dos humanos do que dos outros grandes primatas, como orangotangos e gorilas, afirma um estudo publicado na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
A pesquisa, realizada por uma equipe da Universidade Emory e do Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech), ambas nos Estados Unidos, indica que o ancestral comum entre chimpanzés e humanos está muito mais próximo do que se pensava e defende a reclassificação do chimpanzé para o gênero Homo – humanos são Homo sapiens.

Os dois animais teriam seguido linhas evolutivas diferentes há apenas 1 milhão de anos, enquanto se acreditava que isso tivesse ocorrido há cerca de 7 milhões de anos.

A descoberta foi feita graças à análise do "relógio molecular" dos seres humanos, em outras palavras, o ritmo evolutivo da espécie.

Acreditava-se que ele fosse mais rápido, mas a equipe americana verificou que o chamado "relógio" está batendo tão lentamente que os primeiros traços distintos dos humanos – cérebros maiores e uma gestação mais longa – surgiram há menos tempo do que se pensava.

"Intrigantemente, humanos e chimpanzés parecem ter evoluído mais lentamente do que gorilas e orangotangos", diz o estudo.

Diferenças

A equipe liderada pela pesquisadora Soojin Yi comparou as diferenças entre humanos e chimpanzés.

"Humanos levam quase o dobro do tempo que chimpanzés e gorilas para atingir a maturidade sexual, têm expectativa de vida e período de gestação mais longos, em comparação com qualquer outro hominídio não-humano", escreveram os pesquisadores.

Os chimpanzés vivem entre 40 e 50 anos e têm uma gravidez de oito meses.

No ano passado, uma equipe internacional de 67 pesquisadores descobriu que dos cerca de 3 bilhões de pares de bases de DNA em homens e chimpanzés apenas 40 milhões seriam diferentes.

Embora a diferença seja pequena, são esses 40 milhões de pares de bases de DNA que são responsáveis por diferenças vitais, desde o tamanho do cérebro e as taxas reprodutivas até o olfato e a tendência a determinadas doenças.

A idéia de se classificar os chimpanzés no mesmo gênero que os humanos, o Homo, não é nova, mas sempre foi muito combatida.

Na Nova Zelândia, o governo já recebeu uma petição pedindo a criação de direitos para os chimpanzés.

2 comentários:

Waltécio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Waltécio disse...

Se temos dois grupos, um parafilético (que exclui parte de seus descendentes) e outro monofiletico (ancestral e todos os seus descendentes), por exemplo, "Reptilia" e Aves, respectivamente, medidas devem ser tomadas para a utilização do nome do táxon parafilético.

Ou seja, após termos a certeza que "Reptilia" como um grupo parafilético, ou se elimina esse termo, ou se redefine o táxon para incluir todos os seus descendentes (pe., as Aves).

Por isso, hoje é consenso admitir que Aves formam um grupo modificado de répteis. Está tão bem estabelecido (com cladogramas baseados em anatomia, fósseis, comportamento e DNA), que os livros do ensino médio como "Bio" da Sônia Lopes já trazem desde 2001 as aves incluídas entre os répteis.

Nessa lógica, o correto seria incluir nós entre o gênero Pan. Como somos muito "orgulhosos" e cheios de preconceito de espécie (especiecismo), será mais provável incluir os chimpanzés no gênero Homo.

Estamos hoje assim:
Pan troglodytes
Pan paniscus
Pan sapiens

ou

Homo troglodytes
Homo paniscus
Homo sapiens

Uma classificação, ou outra, tanto por princípios da Sistemática Filogenética, quanto por uma coerência aos fatos que nós conhecemos hoje dá no mesmo. Todavia, a necessidade disso acontecer existe.

Os Chimpanzés não são nossos "primos" distantes. Eles são na verdade nossos irmãos.